EV-67. - MIMETIZADORES DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: CASUÍSTICA DE UM ANO DE INTERNAMENTO
1Servicio de Medicina Interna. Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, E.P.E. 2Servicio de Neurologia. Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, E.P.E.
Objetivos: O défice neurológico súbito é frequentemente consequência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que continua a ser uma causa importante de mortalidade na Península Ibérica. Contudo, algumas condições não vasculares podem apresentar-se dessa forma, designando-se por isso mimetizadores de AVC. Os autores propuseram-se identificar e caracterizar os mimetizadores de AVC internados numa Unidade de AVC (UAVC) durante o período compreendido entre janeiro e dezembro de 2013.
Métodos: Revisão retrospetiva dos processos clínicos dos doentes admitidos numa UAVC. Definiu-se mimetizador como condição em que os dados clínicos e/ou imagiológicos sustentam uma causa não vascular. Recolheram-se dados demográficos, fatores de risco vascular, exame neurológico e exames complementares de diagnóstico realizados.
Resultados: Foram identificados 55 mimetizadores em 367 doentes internados na UAVC (15,0%). Destes 74,5% eram do sexo feminino. A idade média foi de 44,4 anos. Dos fatores de risco e antecedentes salienta-se hipertensão arterial (27,3%), dislipidemia (27,3%), diabetes mellitus (12,7%), AVC prévio (10,9%), hábitos tabágicos (9,1%), obesidade (7,3%), hábitos etílicos (3,6%), sintomatologia depressiva(36,4%). As causas mais frequentes de mimetizadores foram: sintomas funcionais (38,2%), doença inflamatória/desmielinizante (10,9%), enxaqueca com aura (7,3%) e mononeuropatia (5,5%). O diagnóstico definitivo baseou-se apenas na história clínica e exame neurológico em 32,7% dos doentes. Relativamente aos exames complementares de diagnóstico necessários para o mesmo, em 67,3% dos doentes foi realizada ressonância magnética encefálica e em 27,3% punção lombar.
Discusión: A experiência de um internista em patologia neurológica e a atenção às características dos mimetizadores podem ser determinantes para os distinguir de um AVC, tal como aconteceu em 32,7% dos doentes. Os autores salientam ainda que apesar de se tratarem de condições não vasculares foi evidente uma elevada prevalência de fatores de risco vascular nesta população.
Conclusiones: O estudo revela a importância dos dados clínicos para estabelecer o diagnóstico perante uma suspeita de AVC, que é um dos principais problemas da abordagem no Serviço de Urgência.